sexta-feira, 2 de abril de 2010

Querida Palavra,

Faz algum tempo que não encontro os caminhos certos. Fazem algumas semanas – ou quem sabe, até meses – que nós não conseguimos nos sincronizar.
Sinto tanto a tua falta. Isso tudo parece um verdadeiro pesadelo sem teu consolo, ombro amigo no qual posso chorar ou me embevescer. Só tu sabes acariciar-me com teu dom divino, beijar-me a face com tuas pétalas ora errantes, ora certeiras. E ouvir-me sem te queixar. E oferecer-me tudo, enquanto esta moça que te escreve te dá a alma grande, os sentimentos profundos, as frases de perfume de tinta fresca.
Não me abandones, suplico-te. Se a minha existência é presente, o é por tua causa. Através de ti estabeleço contato com os mais diferentes continentes; tu me fazes ser notada, e mesmo que isso não aconteça com tanta frequência, ainda assim, suplico-te.
Lembro dos dias de abundância intensa. Sim, aqueles nos quais nos sentávamos sobre um céu de estrelas e observávamos o jardim do vizinho. Aquele, lembra-te? Sim, aquele como muitos outros. (Tu sempre tratas os símbolos vis do amor com tanto carinho! Invejo-te. Não sei de nada. Sabes de tudo. E mais.) Lembro-me destes momentos que passamos de mãos atadas, de almas acorrentadas... e meu peito arde, e quebra, e evapora. Tristeza.
Meu amor por ti é incomensurável. Inesgotável. Passional. Poderia deitar-me sobre teu véu pueril, brilhante e macio para nunca mais acordar. Dormiria no eternamente; e feliz.
Ah, minha amiga, única e melhor amiga! Que foi que te fiz? Por que passas por mim e finges não me ver? Sei bem que tens milhões de seguidores e amores. Mas e eu? Esqueces-te de mim? Iludiste-me?
Quanta dor! Prefiro a morte a não te ter aqui comigo. Sou como o jovem Werther. Sinto tanto quanto ele, que é a minha lembrança durante as tormentas.
Tu és doce, e na tua docilidade cheguei a me afogar. Suicidei-me através do teu perfume de papel e sons inaudíveis... cheguei tão perto de ti, que entrei dentro de ti. Praticamente transformei-me em ti!
Agora que me deixaste, resta-me apenas a conformidade em ser só. Mas hei de buscar-te, não desisti!
Por favor, leia com a atenção que sempre dedicaste a mim.
Devo dizer adeus? Não, temo! Basta um até logo.

Espero por tua resposta.

Dedicando-te todo o amor do mundo,

Bianca.

5 comentários:

  1. Sem palavras .
    Apenas digo ,que vc escreve indiscutivelmente bem.
    Muito sucesso mesmo, viu!

    "Quanta dor! Prefiro a morte a não te ter aqui comigo. Sou como o jovem Werther. Sinto tanto quanto ele, que é a minha lembrança durante as tormentas."

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  2. apesar de não fazer mto meu estilo
    gostei bastante =]

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  3. Noossa :o
    eu também fiz um pequeno texto a falar mais ou menos sobre isso agora mesmo e postei no meu blog.
    o teu está lindo.
    "ouvir-me sem te queixar. E oferecer-me tudo, enquanto esta moça que te escreve te dá a alma grande, os sentimentos profundos, as frases de perfume de tinta fresca. "
    sei tão bem o que é isso, eu simplesmente entrego a minha vida ao papel :D

    beijos

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  4. Bravo, bravo...
    Digníssimo de louros e brados ^^
    Minha amiga de mente criativa, compartilhamos de mesmos gostos porém vc tem uma forma ainda melhor de se expressar do que eu, eu escrevo estórias e vc essas palavras cativantes.

    Mereces todas as congratulações pelo que escreves você tem um belo futuro continue assim ^^

    Um super beijo da amigona aqui viu! Bjs e sucesso....

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  5. Realmente vc escreve muito bem e, sem trocadilhos, parece ter mt intimidade com as palavras! agora é só esperar pela resposta dela hehehe....

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